Manaus (AM) – A Polícia Federal realizou uma força-tarefa, nesta semana, para proteger 15 mil territórios indígenas no Amazonas. Na ocasião, os agentes encontraram 30 dragas de garimpo ilegal que estavam nas áreas dos povos originários. A operação Prensa contou com a colaboração da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Desde segunda-feira (19/8), já foram destruídas 233 dragas de garimpo ilegal. A Funai informou que as etnias beneficiadas são: Arary, Cunhã Sapucaia, Lago do Limão, Setemã, Igarapé Açú e Kawa. Entre as balsas destruídas, no Rio Madeira e seus afluentes, Rio Aripuanã e Rio Manicoré, ao menos 30 dragas estavam em terras indígenas
“A prática da atividade na região, além de causar danos ao meio ambiente e à saúde pública em virtude da contaminação do rio por mercúrio e cianeto, também interfere na cultura de povos tradicionais, uma vez que áreas indígenas chegaram a ser invadidas pelos criminosos na região”, diz a PF.
A estimativa é que essa operação supere o recorde da chamada “Draga Zero”, que ocorreu na mesma região no ano passado. Na ocasião, os órgãos destruíram 302 balsas de garimpo ilegal. De acordo com PF, a ação não tem prazo para terminar.
“A atuação do garimpo polui as águas do rio e provoca danos ambientais, resultando em um impacto direto na saúde e na segurança alimentar das comunidades indígenas da região. Além disso, os criminosos invadem as terras indígenas e levam álcool e drogas para as aldeias, o que causa a desestruturação social e cultural dos povos indígenas. Também há denúncias de assédio praticadas pelos garimpeiros contra jovens indígenas”, destacou a Funai.