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PF não encontra ex-comandantes do COE e Rocam durante operação em Manaus

(Foto: Divulgação)

Amazonas– A Polícia Federal não encontrou tenente-coronel Jackson Ribeiro dos Santos, ex-comandante da Rocam, e o capitão Guilherme Navarro Barbosa Martins, da COE, durante a operação deflagrada na manhã desta quinta-feira (3).

Eles estão sendo investigados pela possível participação em crimes eleitorais relacionados ao favorecimento da candidatura de Brena Dianná à prefeitura de Parintins. Até o momento, ambos não foram localizados durante as ações, que também se direcionaram a ex-secretários do governo estadual.

A operação, nomeada “Operação Tupinambarana Liberta”, foca em ex-integrantes de alto escalão do governo do Amazonas, incluindo ex-secretários e ex-comandantes de segurança pública. Os investigados são suspeitos de utilizarem a máquina pública para interferir nas eleições municipais em Parintins. A ação ocorre um dia após o governo do estado ter exonerado quatro secretários envolvidos no escândalo.

Os principais alvos da operação incluem Armando do Vale, ex-diretor-presidente da Cosama; Fabrício Rogério Cyrino Barbosa, ex-secretário de Administração; Flávio Antony, ex-chefe da Casa Civil; e Marcos Apolo Muniz de Araújo, ex-secretário de Cultura. Todos são acusados de participar de discussões, reveladas em gravações divulgadas em setembro, sobre estratégias políticas e manipulações eleitorais.

Além dos ex-secretários, a PF também investiga oficiais de alta patente. O tenente-coronel Jackson Ribeiro dos Santos e o capitão Guilherme Navarro Barbosa Martins foram apontados como cúmplices no esquema, mas não foram encontrados durante as ações desta manhã.

Cerca de 50 policiais federais participaram da operação, cumprindo mandados de busca e apreensão em condomínios de luxo, como Jardim Adrianópolis e San Remo, no bairro Ponta Negra, em Manaus. As investigações indicam um conluio entre membros de facções criminosas e agentes públicos, com o objetivo de coagir eleitores e favorecer uma chapa concorrente em Parintins.

O Ministério Público do Amazonas (MPAM) já havia instaurado um inquérito sobre o caso, destacando a gravidade das acusações. As práticas ilegais incluíam ameaças a líderes comunitários e o uso de forças policiais para limitar a livre circulação de candidatos opositores em certas áreas.

Desdobramentos da Operação

A Justiça Eleitoral determinou a proibição de acesso dos investigados à cidade de Parintins, bem como o contato deles com coligações partidárias. Para garantir a liberdade de voto e evitar novas interferências, a PF reforçou o contingente policial no município.

Em nota oficial, o governo do Amazonas afirmou que a exoneração dos secretários foi uma medida necessária para assegurar a transparência das investigações. A gestão estadual enfatizou que, caso a inocência dos envolvidos seja comprovada, eles poderão retornar aos seus cargos.

Operação Tupinambarana Liberta

O nome da operação faz referência à “ilha Tupinambarana”, uma expressão utilizada pelos moradores de Parintins, famosa pelo Festival Folclórico dos Bois Caprichoso e Garantido. A ação da Polícia Federal tem como objetivo preservar o processo democrático, garantindo que os eleitores da cidade exerçam seu direito ao voto de maneira livre e segura.

Essa operação representa um passo significativo no combate à corrupção eleitoral no Amazonas, evidenciando o uso indevido da máquina pública e reforçando a necessidade de responsabilização daqueles que ameaçam o estado democrático de direito.

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