Manaus (AM) – A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) informou nesta sexta-feira (7) que a morte de Djidja Cardoso, ex-sinhazinha, está sendo tratada como um caso a esclarecer. Djidja foi encontrada morta em sua residência no dia 28 de abril deste ano.
O delegado-geral adjunto, Guilherme Torres, disse que a polícia não apoia a divulgação excessiva de vídeos e fotos que circulam nas redes sociais, mostrando membros da família Cardoso usando cetamina.
O delegado Daniel Anthony, adjunto da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), afirmou que a morte de Djidja está sendo investigada como uma morte a esclarecer.
“Estamos tratando como morte a esclarecer porque no local onde o corpo foi encontrado não havia indicativos claros de que essa morte teria sido provocada ou de que havia algum nexo desse óbito com uma atuação omissiva ou homicida de qualquer pessoa que possa levar a um indiciamento como uma morte praticada por terceiros”, explicou.
Laudo preliminar e perícia
O laudo preliminar do exame de necrópsia de Djidja indica depressão respiratória e cardíaca de origem no sistema nervoso central, de causa indeterminada. A polícia aguarda resultados de exames complementares para determinar se há relação entre essa causa da morte e possível abuso de substâncias, como a cetamina.
Caso da avó de Djidja
A polícia também se pronunciou sobre a morte da avó de Djidja, Maria Venina Cardoso, de 82 anos, esclarecendo que, no momento, essa morte não está sendo investigada.
“Essa morte veio à tona após surgirem alguns elementos que circularam nas redes sociais, mas essa situação ocorreu em Parintins há quase um ano. Não estamos trabalhando com qualquer hipótese relacionada a essa morte, por enquanto. Até porque, se tivesse havido algum questionamento quanto à causa da morte dela, ela teria sido submetida aos exames necessários. Se a família tiver algum interesse em relação a uma apuração nesse sentido, devem nos procurar e adotaremos as providências”, disse o delegado.
Detalhes do encontro do corpo
Djidja foi encontrada deitada na cama em seu quarto, ao lado de alguns materiais que foram recolhidos para perícia, que determinará se se tratam de entorpecentes. Segundo a polícia, Djidja recebeu os primeiros socorros da pessoa que encontrou seu corpo, e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e constatou o óbito.
Investigações em curso
Após a morte de Djidja, vários desdobramentos começaram a ser investigados. Djidja, sua mãe e seu irmão já estavam sob investigação desde abril deste ano pela PC-AM, devido ao envolvimento na seita que forçava o uso de cetamina em rituais.
Segundo o 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP), a família obtinha cetamina de uma clínica veterinária e a distribuía entre os funcionários da rede de salões de beleza da família Cardoso. Agora, também se investiga se há uma relação entre a morte de Djidja e a atuação da seita.
O delegado Daniel Anthony levantou a suspeita de que Djidja possa ter sofrido uma overdose devido ao uso indiscriminado de cetamina.
Atualmente, Cleusimar Cardoso, Ademar Cardoso, Verônica da Costa Seixas e Marlisson Vasconcelos Dantas, funcionários de Djidja, estão presos sob mandados de prisão preventiva emitidos pela Justiça do Amazonas.