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Polícia Federal e Abin podem entrar na investigação do “apagão” desta terça-feira

O pedido de investigação sobre o desligamento do Linhão do Tucuruí foi feito pelo Ministério das Minas e Energias ao Ministério da Justiça e Segurança Pública
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Brasília (DF) — O desligamento do Linhão do Tucuruí que deixou vários Estados Brasileiros, incluindo o Amazonas, sem energia elétrica poderá ser investigado pela Polícia Federal e pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A solicitação foi feita pelo titular do Ministério de Minas e Energias (MME), Alexandre Silveira, ao Ministério da Justiça e Segurança Pública para que sejam obtidos os detalhes sobre a causa do apagão em grande parte do país.  

Se o pedido for atendido, a Polícia Federal e a Abin se juntarão ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que já iniciaram investigações internas sobre o ocorrido.

“Tenho absoluta convicção de que o ONS, até pela sua característica técnica, não vai ter condição de dizer textualmente se esses eventos foram eminentemente técnicos ou se houve, também, falha humana ou até dolo”, disse o ministro, lembrando que o setor é altamente estratégico, sensível e fundamental para a sociedade brasileira.

Ainda de acordo com Silveira, governo já sabe que houve na manhã de hoje uma sobrecarga em uma linha de transmissão de energia no Ceará, o que fez com o que o sistema entrasse em colapso nas regiões Norte e Nordeste. “Quando isso ocorreu, o ONS modulou a carga que estava sendo enviada para o Sul, o Sudeste e o Centro-Oeste, como forma de proteção, o que fez com que a energia fosse reduzida nessas regiões. Houve pelo menos 16 mil megawatts (MW) de interrupção de energia”, informou.

De acordo com o MME, o ONS avalia avaliar se houve outro evento no mesmo horário, em outro local do país. “O único evento que se pode afirmar é esse no Ceará. Ainda não há outro evento apontado pelo ONS, mas leva-se a presumir que tivemos um segundo evento que causou esse evento dessa magnitude”, disse o ministro.

Sistema redundante

Segundo o MME, o país trabalha com um sistema de energia redundante e, para que tenha havido uma interrupção dessa magnitude, devem ter ocorrido dois eventos ao mesmo tempo. A pasta lembrou, ainda, que, em janeiro deste ano, foram registrados dois ataques a 20 torres de energia no país, sendo que quatro foram derrubadas e 16 danificadas. Os casos ocorreram no Paraná, mato grosso, Rondônia e São Paulo.

“Graças à robustez do nosso sistema, para que haja um evento dessa magnitude, há de se haver uma redundância de fatos relevantes”, disse. A previsão é que, em 48 horas, o ONS aponte o que fez com que o sistema tivesse tido essa interrupção.

Segundo o MME, nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste a energia voltou cerca de uma hora depois da interrupção e, no Norte e no Nordeste, o fornecimento foi completamente restabelecido às 14h49.

O ministro explicou que o ocorrido hoje não tem nada a ver com o suprimento e a segurança energética do Brasil. “Vivemos um momento de abundância nos reservatórios”, destacou Silveira, lembrando que, recentemente, o Brasil exportou energia para a Argentina quando os reservatórios de Itaipu e Furnas estavam vertendo água.

A queda de energia atingiu 25 estados e o Distrito Federal. O único estado que não foi afetado foi Roraima, que não é integrado ao Sistema Interligado Nacional. Cerca de 27 milhões de pessoas foram atingidas, o que representa um terço dos consumidores brasileiros.

Texto: Agência Brasil

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