Manaus (AM) – A Polícia Federal e o Ibama fizeram uma ação ostensiva, no final da manhã desta quinta feira (5), para combater a exploração ilegal de ouro no Amazonas. A ação aconteceu nas proximidades da ponte Phillipe Daou, zona Oeste de Manaus depois que as 10 balsas com dragas, fugindo da estiagem, apareceram na área para não ficarem encalhadas onde se encontravam, fazendo exploração ilegal de ouro.
Agentes, do Ibama e da Polícia Federal, fizeram na manhã de hoje uma varredura em todas as balsas, identificando os proprietários. De acordo com a PF as dragas eram utilizadas na calha do Rio Madeira e foram trazidas para o Rio Negro, próximo a Manaus para não ficarem encalhadas mas chamaram a atenção da Polícia e foram interceptadas.
De acordo com alguns proprietários, eles tem autorização para operar em alguns municípios do interior do Amazonas mas a informação não procede, de acordo com a Polícia Federal que acabou dando continuidade a operação “Draga Zero”, iniciada no mês de Setembro quando 302 balsas foram destruídas. As dragas foram destruídas para evitar que voltem a operar ilegalmente quando o rio voltar a subir, com o término da estiagem.
Operação “Draga Zero”
Policiais federais, com o apoio do Ibama, encerram no sábado (02/09) a Operação Draga Zero, com a inutilização de 302 balsas de garimpo que estavam atuando de forma ilegal no Rio Madeira, no Amazonas. Os agentes percorreram 1500 quilômetros no Rio Madeira, passando pelos municípios amazonenses de Autazes, Nova Olinda do Norte, Borba, Novo Aripuanã e Manicoré, com o objetivo de combater os crimes de garimpo ilegal cometidos na localidade.
A prática da atividade na região, além de causar danos ao meio ambiente e à saúde pública em virtude da contaminação do rio por mercúrio e cianeto, também interfere na cultura de povos tradicionais, uma vez que áreas indígenas chegaram a ser invadidas pelos criminosos, na região de Manicoré.
De acordo com a Polícia Federal, a operação que durou doze dias, tinha como objetivo destruir as balsas que estão sendo usadas na calha do rio Madeira. As ações se concentraram na região sul do estado, nas cidades de Autazes, Borba, Nova Olinda do Norte, Novo Aripuanã e Manicoré. Os agentes chegaram a usar imagens de satélite, para identificar os locais com maior concentração de balsas usadas pelos garimpeiros. As ações se dividiram em seis pontos espalhados pela região.
O Superintendente da PF no Amazonas, Umberto Ramos, afirmou que os garimpeiros chegaram a se esconder em embarcações próximas as comunidades indígenas, e que isso surpreendeu os agentes durante a operação.
“São dragas encontradas próximas de comunidades indígenas e dragas que se movimentaram efetivamente para dentro de terras indígenas. Nós recebemos denúncias ao longo do caminho da nossa expedição e exatamente por os atores conhecerem um pouco da legislação e saberem que as terras indígenas gozam legitimamente de uma proteção do Estado maior do que as terras que não têm essa qualificação”, explicou o superintendente.
Ainda de acordo com a PF, a operação de combate ao garimpo ilegal deve continuar. “O nosso objetivo realmente é sufocar, asfixiar essa atividade aqui no nosso estado. Nós atuamos no Japurá, nós atuamos na região do Jurupari, nós atuamos na região do Içar, no Solimões, no Rio Negro. Agora progredimos pelo Rio Madeira”, concluiu.