Manaus (AM) – Suspeitos de envolvimento no roubo de ouro e cassiterita, um investigador da Policial Civil, um cabo da Polícia Militar e um agente técnico da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) foram presos, na na terça-feira (25), em Manaus. Segundo informações, os acusados utilizaram viaturas cedidas à SSP-AM para cometer o crime. Câmeras de segurança instaladas na área registraram toda a ação dos acusados.
Há indícios de que os policiais são integrantes de uma quadrilha especializada em roubos de ouro e cassiterita, minério de grande aproveitamento na indústria.
O inquérito policial sobre o crime aponta que, em janeiro deste ano, em uma transportadora no bairro Mauazinho, Zona Leste, os suspeitos abordaram, ameaçaram e obrigaram um motorista de caminhão a dirigir o veículo até um ramal, no Distrito Industrial 2. Durante todo o trajeto, o trio escoltou o motorista em duas picapes da SSP-AM.
Ao chegar no ramal, os policiais abriram o baú do caminhão na expectativa de que teria minérios. No entanto, o veículo transportava apenas triciclos.
Ainda de acordo com o inquérito, sem êxito na ação, o trio danificou os painéis de três veículos da carga e roubou R$ 400 da carteira da vítima.
Investigações
Após o registro de Boletim de Ocorrência feito pela vítima, o delegado do 29º Distrito Integrado de Polícia (DIP), André Almeida, pediu ao Departamento Estadual de Trânsito (Detran-AM), à SSP-AM e à Secretaria de Administração do Estado (Sead) informações sobre os veículos usados na ação.
Ao delegado, o Detran-AM informou que os carros estavam sob responsabilidade da SSP-AM, tratando-se de veículos de segurança pública. Já a SSP-AM forneceu à polícia a cronologia dos termos de entrega e utilização das picapes. A partir dessas informações, a equipe de investigação chegou aos suspeitos.
De acordo com os agentes, os carros estavam disponibilizados para equipes do Núcleo Especializado em Operações de Trânsito (Neot) e da Gerência de Transportes da SSP-AM.
Com base nas informações, o delegado pediu a prisão dos três suspeitos e buscas e apreensões na casa deles. O Ministério Público foi ouvido e deu parecer favorável ao pedido.
Na segunda-feira (24), a Justiça aceitou o pedido e decretou a prisão temporária dos três suspeitos pelo prazo de 30 dias. A ordem judicial ainda determinou busca e apreensão de aparelhos telefônicos dos policiais, além da quebra dos sigilos dos mesmos.
Em nota, a SSP-AM disse que o Governo do Estado não compactua com quaisquer práticas ilegais promovidas por servidores públicos, e confia na competência das autoridades policiais que investigam o caso.
O órgão não informou se irá abrir um procedimento administrativo disciplinar para investir os policiais no âmbito administrativo.
Fonte: Com informações do g1