Borba (AM) – Uma reviravolta marcou o julgamento do prefeito de Borba, Simão Peixoto (PP), na noite desta quarta-feira (16/8), na Câmara Municipal da cidade (a 151 quilômetros da capital). O prefeito foi inocentado das acusações de quebra de decoro e constrangimento ao município.
Dos nove vereadores da Casa, quatro votaram contra a cassação, três a favor e houve duas abstenções.
Durante o julgamento, a defesa de Simão Peixoto argumentou não haver provas das acusações contra o político e que a comissão avaliadora do caso não foi diligente. Os advogados também reforçaram a tese de que os documentos apresentados foram fraudados com assinaturas falsas, segundo a avaliação de um perito.
Os argumentos convenceram a maioria dos vereadores e parece que dois ficaram em dúvida, já que se abstiveram sobre o caso.
O resultado do julgamento político parece não ter sido visto com bons olhos pelos manifestantes contra o prefeito, em frente à Câmara, e pelos vereadores que esperavam a cassação de Peixoto. Entre os parlamentares indignados com a decisão da maioria foi a vereadora Tatiana Franco (PTB), que já chegou, em novembro do ano passado, a fazer um boletim de ocorrência contra o prefeito, que ameaçou “dar uma ripada” nela.
“Estou decepcionada. Fizemos tudo dentro da legalidade e todas os argumentos apresentados pela defesa do prefeito são falsas. O povo de Borba não merecia isso”, disse a vereadora.
Em frente à Câmara, a população também mostrou indignação. Manifestantes reclamavam da decisão e gritavam “queremos nosso dinheiro de volta ”. 20 Policiais Militares, que foram enviados ontem ao município para reforçar a segurança, no momento da votação, tiveram que conter os mais exaltados e manter a ordem no local.
Histórico de polêmicas
Embora tenha sido inocentado pela Câmara de Vereadores, Simão Peixoto continuará afastado da prefeitura da cidade. Em maio deste ano, o prefeito, familiares, funcionários da prefeitura e empresários foram alvos de uma operação do Ministério Público do Amazonas (MPAM) – Operação Garrote – por suspeita de comandar um suposto esquema de fraudes em licitações no município de Borba, com desvios de R$ 29 milhões.
O político chegou a ser preso pelo suposto desvio, mas uma decisão da Justiça Federal garantiu a liberdade com medidas cautelares. Ele deixou a prisão, mas com monitoramento por tornozeleira eletrônica e com a condição de não se aproximar da Prefeitura de Borba, até que o caso do desvio milionário seja esclarecido.