Manaus (AM) – O prefeito David Almeida afirmou nesta quarta-feira (16) que só será possível atender à demanda por aumento salarial dos rodoviários caso haja reajuste na tarifa do transporte público. A declaração ocorre durante o segundo dia de greve que paralisou parte significativa da frota de ônibus em Manaus.
O impasse financeiro
Em entrevista, Almeida explicou que o Ministério Público não se opõe ao aumento da passagem, mas questiona a metodologia do subsídio municipal:
“O MP questiona como calculamos o repasse por passagem, não o reajuste em si. Precisamos resolver essa questão técnica para então ajustar tanto a tarifa quanto os salários”. O prefeito projetou acordo “nos próximos dias” para normalizar o transporte.
A crise dos cobradores
Sobre a demissão em massa de 1,2 mil cobradores – medida proposta pelas empresas (Sinetram) como parte da modernização do sistema -, Almeida demonstrou preocupação social:
“Retirar todos de uma vez criaria um problema grave de desemprego. Estamos negociando uma transição gradual”.
As demandas da categoria
O Sindicato dos Rodoviários mantém as reivindicações:
- 12% de reajuste salarial
- Manutenção dos postos de cobradores
- Gratificação de R$ 1.200 para motoristas com funções extras
Givancir Oliveira, presidente do sindicato, reforçou: “A greve de verdade começa agora. Não houve nenhuma proposta concreta até o momento”.
Enquanto isso, terminais seguem com movimento reduzido e a população enfrenta dificuldades no deslocamento. Uma nova rodada de negociações está prevista para os próximos dias, com a mediação do IMMU (Instituto Municipal de Mobilidade Urbana).