Manaus (AM) – Após retornar da Missão de Paz da Organização das Nações Unidas (ONU), no Sudão do Sul, na África, a capitã PM Juliana Nattrodt foi recebida, na segunda-feira (06/05), pelo comandante-geral da Polícia Militar do Amazonas (PMAM), coronel PM Klinger Paiva, e o chefe de Estado-Maior, coronel PM Bruno Azevedo. Ela é a primeira representante feminina da corporação a participar das Missões de Paz da ONU.
A capitã atuava na missão desde novembro de 2021 e encerrou sua participação após dois anos e meio, no dia 30 de abril deste ano. Ela relata com alegria o orgulho em representar o Amazonas e o Brasil em uma missão notável e importante para o mundo.
“O Brasil abre portas. Nós (policiais do Brasil) temos o respeito da comunidade internacional pelos nossos serviços prestados. Eu pude provar e a gente tem esse cuidado para manter essa imagem positiva que eles têm dos brasileiros nessa missão. É linda essa imagem positiva que eles têm do nosso país: amigável. A gente transmite segurança em todos os setores…civis, militares, comunidade local”, destacou a oficial da PMAM.
Ela explica que a missão tem três componentes: militar, civil e policial. O componente policial é formado por 1.550 policiais, sendo 850 de pelotões para atuar na parte de choque e patrulhamento, e 700 policiais individuais, que contribuíram na capacitação da polícia local, na proteção dos civis, no monitoramento de violação de Direitos Humanos e na atividade administrativa.
“Meu trabalho era técnico na administração. Eu atuava no setor de Planejamento e Orçamento com colegas policiais da Jordânia, Nigéria, Tanzânia e Turquia. A Missão de Paz no Sudão do Sul tem o objetivo de prevenir o retorno dos conflitos internos no país, promovendo a paz sustentável entre a sua população”, explicou a capitã Juliana.
Importância da presença feminina
Como participante feminina amazonense pioneira nas Missões de Paz da ONU, a capitã pretende incentivar a participação de policiais militares femininas em trabalhos como esses.
“As mulheres que sofrem violência, que estão naquele cotidiano, que são deixadas de lado e não participam de nenhum setor da sociedade, somente nós mulheres podemos chegar até elas. Elas não têm coragem de falar com outra pessoa. Esse incentivo é necessário para que a gente possa aumentar a participação das mulheres, para que a resposta da comunidade local seja mais ativa, para que a gente alcance mais os vulneráveis: as crianças e as mulheres”, destacou.
A capitã Juliana explica que essa participação impacta, efetivamente, no aumento de denúncias de crimes cometidos contra mulheres. “Quando aumentava denúncias de violência sexual contra mulher era algo positivo, porque mostrava que elas estavam se sentindo seguras para denunciar”, salientou.
A Missão
A manutenção da paz pela ONU ajuda os países a superar o difícil caminho que separa o conflito da paz. A Missão de Paz no Sudão do Sul acontece desde o ano de 2011, após o país africano se tornar independente. A região mantém intenso conflito com o Norte, além de problemas sociais e financeiros