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Projeto conecta 68 comunidades no Amazonas

Foram instalados mais de 100 kits de internet, via satélite, em 68 comunidades ribeirinhas, indígenas, quilombolas e extrativistas
A girl paddles her canoe through a street flooded by the rising Solimoes river, one of the two main branches of the Amazon River, in Anama, Amazonas state, Brazil May 13, 2021. Picture taken May 13, 2021. REUTERS/Bruno Kelly

Manaus (AM) – Aproximadamente 70 comunidades no Amazonas estão agora conectadas à internet, beneficiando mais de 520 amazonenses. A marca é resultado de uma parceria da Fundação Amazônia Sustentável (FAS) com a Conexão Povos da Floresta, uma rede estruturada de parceiros que visa conectar, por meio de internet rápida, mais de 1 milhão de pessoas em territórios protegidos da Amazônia brasileira.

Já foram instalados mais de cem kits de internet banda larga, via satélite, em 68 comunidades ribeirinhas, indígenas, quilombolas e extrativistas atendidas pela FAS em 26 Unidades de Conservação (UCs) de 23 municípios do Amazonas.

Os benefícios do projeto são atestados pelo presidente da Associação dos Moradores da Resex do Rio Gregório, José Deusiano Pinheiro de Oliveira. Morador da comunidade do Lago Grande, ele relata que o projeto ajuda tanto para a comunicação dos comunitários com seus familiares quanto para a realização de negócios.

“O ponto de internet abrange cinco comunidades, com cerca de 50 famílias, e essas famílias fazem uso direto e indireto do serviço. Aos finais de semana, elas se deslocam até o ponto para se comunicar com os parentes que estão longe. É muito positivo, pois hoje a comunicação via internet facilita bastante. Por meio dela, nos comunicamos com nossos parceiros. Temos famílias que extraem látex e têm contrato com fornecedores, então precisamos da internet para ter essa ponte”, conta José Deusiano.

A iniciativa está promovendo a conectividade em rede entre as comunidades tradicionais da Amazônia Legal, incentivando a inclusão e o empoderamento para as pessoas que ajudam a conservar o bioma. Entre os dias 4 e 6 de junho, o projeto reuniu mais de 150 pessoas, entre parceiros, apoiadores, colaboradores e beneficiários da iniciativa, no I Encontro da Rede Conexão Povos da Floresta, em Alter do Chão, no interior de Santarém, no Pará.

A FAS marcou presença no evento com a participação de quatro colaboradores, entre eles, a superintendente de Desenvolvimento Sustentável de Comunidades da FAS, Valcléia Solidade. Ela explica que a parceria com o Conexão Povos da Floresta soma-se às demais iniciativas da organização na promoção do empreendedorismo, proteção territorial, cultura, ancestralidade, saúde e educação na Amazônia.

“Somos uma das organizações parceiras do projeto, que recebe os equipamentos e instala nas comunidades. Com esse papel colaborativo que nós temos nos territórios, a FAS já instalou mais de cem unidades no Amazonas. Isso demonstra que estamos conseguindo tirar as populações tradicionais da invisibilidade e, mais do que isso, levar conhecimento, educação, saúde, geração de renda e, principalmente, o empoderamento para esses territórios que são muito despercebidos pelo resto do país”, afirma Valcléia, que viajou para Santarém por meio da parceria entre a FAS e a Azul Linhas Aéreas, responsável pelo “Movimento ARA – Todas as Amazônias sob o Mesmo Céu Azul”.

A companhia aérea tem usado seu modelo de negócio para conectar a Amazônia com o Brasil e o mundo, e para apoiar este e outros projetos na região que têm estimulado a sociobioeconomia, além de colaborar com a comunidade e os empreendedores locais para manter a floresta em pé.

Gerente de Sustentabilidade da Azul, Filipe Alvarez, afirma que essa parceria demonstra o compromisso da Azul de não apenas conectar as pessoas, mas de promover o desenvolvimento sustentável das comunidades em todas as regiões do país, incluindo a região amazônica e o estado do Amazonas, onde a companhia é líder e a que possui a maior malha aérea, atendendo 13 municípios no estado do Amazonas, e com uma participação de 54% das decolagens por lá”, conclui.

O projeto Conexão Povos da Floresta é liderado pelas organizações de base Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), em parceria com mais de 30 organizações da sociedade civil, instituições e empresas, entre elas a FAS.

Segundo Valcléia, mais do que levar conectividade para as comunidades, o projeto Conexão Povos da Floresta trabalha para que a internet funcione como uma ferramenta de transformação social para as comunidades beneficiadas, permitindo o acesso à saúde, educação e oportunidades profissionais e, com isso, ajudando na conservação da floresta e no uso consciente da rede.

Para isso, a iniciativa atua baseada em três principais pilares: a implementação dos equipamentos necessários para o acesso à internet banda larga; a implantação de um sistema de gestão e controle da rede em cada comunidade; e a oferta de programas e ações nas áreas de saúde, educação, empreendedorismo, cultura e ancestralidade e proteção territorial.

O projeto tem o objetivo de conectar, até o final de 2025, aproximadamente 1 milhão de pessoas moradoras de áreas protegidas da Amazônia Legal, responsáveis por conservar 120 milhões de hectares de floresta.

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