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Reino Unido se prepara para coroar Charles III

Cerimônia está marcada para o próximo dia 6 de maio e será realizada na Abadia de Westminster, em Londres, diante de 2 mil convidados, incluindo chefes de Estado.
'Lembrancinhas' fazem referência à coroação do rei Charles III em uma vitrine perto do Castelo de Windsor, na Inglaterra. — Foto: Andrew Matthews/PA via AP

Charles III será oficialmente coroado em Londres dentro de duas semanas, em uma cerimônia rica em tradição, mas que o rei britânico quer mais simples e moderna do que a de Elizabeth II há 70 anos. E isso desperta muito menos interesse.

Sua coroação, em 6 de maio na Abadia de Westminster diante de 2.000 convidados, incluindo chefes de Estado, cabeças coroadas e membros da sociedade civil, acontecerá oito meses depois que ele assumiu o trono com a morte de sua mãe, que reinou por sete décadas.

A coroação da muito jovem Elizabeth II em 1953 teve 8.000 convidados, uma carruagem do século XVIII e durou três horas.

A de Charles III, de 74 anos e que substituía a mãe há muito tempo, será limitada a pouco mais de uma hora e terá elementos modernos, como uma carruagem climatizada e um óleo vegano.

Mas se a coroação de Elizabeth II foi acompanhada pela BBC por 27 milhões dos então 36 milhões de britânicos, agora 64% dizem não estar interessados, segundo uma pesquisa da YouGov.

Em um Reino Unido em plena crise, com a inflação que não fica abaixo dos 10%, outra pesquisa mostrou que para 51% dos britânicos a cerimônia não deveria ser paga com dinheiro público.

Não haverá “extravagância ou excesso”, prometeu o ministro do gabinete Oliver Dowden. Mas “é um momento maravilhoso da nossa história e as pessoas não gostariam de nos ver economizando”, acrescentou.

Charles III, cujo papel é meramente cerimonial e sem poder político, chega ao trono em um Reino Unido com múltiplos desafios. Entre eles, aspirações separatistas em duas de suas nações – Escócia e Irlanda do Norte – e a revisão do passado colonial e escravista, que levou o novo rei a apoiar uma investigação sobre o papel da monarquia no tráfico de escravos.

Neste contexto, o grupo antimonarquista Republic planeja um protesto no centro de Londres no dia da coroação.

“A coroação é a celebração do poder e privilégios hereditários, não tem lugar na sociedade moderna”, disse seu presidente, Graham Smith.

Harry sem Meghan

Mas o que mais parece interessar a opinião pública é a presença do príncipe Harry entre os convidados.

Depois de lançar duras críticas à monarquia em um documentário da Netflix e em um livro de memórias explosivo, o filho mais novo de Charles III, de 38 anos, comparecerá à cerimônia sozinho.

Sua esposa Meghan, que chegou a acusar um membro não identificado da família real de racismo, ficará com os filhos na Califórnia, onde o casal vive desde que abandonou a monarquia em 2020.

A coroação em si começará pela manhã com uma procissão de carruagem do Palácio de Buckingham até a Abadia de Westminster. Lá, Charles III prestará juramento antes de ser ungido pelo arcebispo de Canterbury, Justin Welby, nas mãos, cabeça e peito.

Em seguida, receberá os atributos reais: manto, orbe, cetro e coroa de Edward, do século XVII, adaptada para a ocasião.

Camilla, de 75 anos, com quem se casou pela segunda vez em 2005, será coroada com a coroa da rainha Mary, avó de Elizabeth II.

Uma nova procissão, acompanhada por 4.000 soldados em uniforme de gala, os levará de volta ao palácio, de onde saudarão a multidão e assistirão a um desfile aéreo.

Fonte: g1

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