Lisboa (PT) – Um vídeo gravado por celular mostra o momento em que o alagoano Jefferson Tenório é brutalmente agredido dentro do Rio Tejo, em Lisboa, capital de Portugal. O caso aconteceu em maio e ganhou repercussão depois que Jefferson expôs as agressões nas redes sociais. Ele conta que o agressor que aparece nas imagens é segurança do bar onde toda a confusão começou.
O vídeo de Jefferson sendo agredido foi compartilhado nas redes sociais e cedido por ele ao g1 nesta terça-feira (20). O alagoano contou que foi difícil rever as cenas e lembrar que sofreu tamanha violência ao tentar defender o namorado, o cearense Luís Almeida, que foi agredido antes na saída do bar Titanic Sur Mer.
“Foi horrível rever. Uma sessão de impotência muito grande. É difícil saber que estamos em outro país enquanto que os nossos agressores estão soltos e que Portugal está fazendo descaso com a gente“, lamentou.
No vídeo, o agressor aparece sem camisa dando vários socos no rosto de Jefferson, que aparenta já estar sem força e desorientado. A vítima chega a ser mantida sob a água à força e depois sofre novas agressões, com murros na cabeça.
A reportagem tentou contato com o Titanic Sur Mer, mas não recebeu resposta. Em uma nota nas redes sociais, o estabelecimento disse que iria “apurar os responsáveis”, mas sem mencionar diretamente o casal brasileiro.
A sessão de socos e tortura teria começado ainda na porta do bar Titanic Sur Mer. Segundo o casal, Jefferson voltou ao bar, que estava sendo fechado, para ir ao banheiro. Como ele demorou, Luís tentou entrar para buscá-lo, mas foi impedido pelos seguranças, o que deu início ao desentendimento entre eles.
Jefferson admite que, para tentar evitar que o namorado continuasse a ser agredido, jogou uma pedra na fachada do bar, quebrando uma vidraça. Nesse momento, ele virou o alvo das agressões. Contudo, ele questiona que a reação dos seguranças foi desproporcional e que tem sequelas das agressões até hoje.
Com muitos hematomas e o nariz fraturado, ele foi levado a um hospital da capital portuguesa, onde precisou ser submetido a cirurgia. O caso foi denunciado à polícia, mas o casal alega que está sendo vítima de preconceito e que muita burocracia está sendo imposta para que o caso não ande.
“Eles [polícia] estão tentando dificultar. Os policiais disseram que só podiam mandar o caso para o Ministério Público daqui a dois meses. Tentaram mudar a delegacia que investiga o caso, em uma tentativa de atrasar o processo para ganhar tempo“, reclamou o alagoano.
Com medo, o casal saiu de Portugal. Enquanto aguarda por justiça, Jefferson diz que está sendo perseguido na internet. Entre ameaças e discursos de ódio, ele reúne forças para continuar lutando.
“Não temos medo de ameaças, não vão nos intimidar. Queremos Justiça e iremos lutar até o final para isso acontecer”, disse.
Fonte: g1
