Curitiba (PR) – Um cliente de um posto de combustíveis foi filmado fazendo xingamentos racistas e xenofóbicos contra um frentista, em Curitiba. Na mesma situação, o suspeito também foi preconceituoso com o operador de caixa do estabelecimento.
Conforme Boletim de Ocorrência, o suspeito foi identificado como Marcelo Francisco da Silva. O caso aconteceu na madrugada deste sábado (4). Nas imagens é possível ver o suspeito discutindo com o frentista. Em determinado momento, ele chama a vítima de “neguinho”, “otário”, e “nordestino dos inferno”.
Logo depois, ele vira em direção a outra pessoa, no caixa do posto, e afirma que a vítima “veio do nordeste pra querer ser gente” em Curitiba. Em outro momento do vídeo, o suspeito ameaça empurrar a vítima, que afasta o homem com as mãos. Na sequência, ele volta a ofender o frentista com palavrões e chama o homem de “macaco”.
“Você acha que dá conta, neguinho? É neguinho, macaco! […] Chama a câmera, filma lá. Olha lá, tá me tirando. Vou processar a dona do posto […] Vem do nordeste pra querer ser gente aqui em Curitiba? Volta pro nordeste, volta pra comer carne de sol”, diz o homem.
A gravação não mostra como a confusão começou, mas de acordo com o Boletim de Ocorrência, Marcelo Francisco ficou alterado durante a compra de um macarrão instantâneo. Conforme o documento, uma das vítimas pediu para registrar a compra antes de deixar o homem fazer o macarrão, o que deixou o suspeito irritado.
A reportagem conseguiu contato com Marcelo Francisco, mas ele disse que só vai se manifestar quando tiver advogado constituído. Durante a discussão, o suspeito se identificou como empresário.
A vítima que aparece nas imagens tem 18 anos. Ele foi à Central de Flagrantes da Polícia Civil (PC-PR) para denunciar o caso na tarde deste sábado (14). A segunda vítima, de 27 anos, é de Curitiba e também formalizou boletim.
O delegado Nasser Salmen, do 7º Distrito Policial, afirmou que um inquérito policial será instaurado na segunda-feira (16).
O advogado Igor José Ogar, que defende as vítimas, disse que vai pedir para o suspeito ser indiciado por injúria, injúria racial e xenofobia. Afirmou, também, que pedirá a prisão do homem.
O presidente da Comissão de Igualdade Racial da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), deputado Renato Freitas (PT), disse que o órgão vai acompanhar o caso para garantir que o suspeito “seja responsabilizado pelo que fez e disse”.
Fonte: g1