Gaza – Parentes de um brasileiro que tenta deixar a Faixa de Gaza morreram em um bombardeio no norte do território, segundo a Embaixada do Brasil na Palestina nesta sexta-feira (20).
Hasan Rabee, brasileiro que integra o grupo levado a casas no sul de Gaza pela embaixada, afirmou que seu primo, a esposa e todos os filhos e netos do casal foram atingidos por um ataque aéreo que atingiu o prédio onde viviam.
A Embaixada brasileira confirmou mortes. O embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, disse que os parentes não têm cidadania brasileira.
“Teve um bombardeio perto da casa deles, e o prédio inteiro foi destruído. Era um cidadão do bem, trabalhador, não tem nada a ver com isso. Não sei nem quantas crianças têm de morrer para parar essa guerra e os ataques contra civis aqui na Faixa de Gaza”, disse Hasan em relato à GloboNews.
Ele afirmou ainda que cerca de 60 pessoas, no total, morreram nesse ataque. Autoridades palestinas não confirmaram o número, mas, nesta sexta, afirmaram que 352 pessoas morreram na Faixa de Gaza entre quinta-feira (19) e esta sexta (20).
No total, o número total de mortos em Gaza desde o início da guerra era de 4.137 até a manhã desta sexta.
Na semana passada, o governo israelense pediu à população de todo o norte da Faixa de Gaza, inclusive a Cidade de Gaza, que deixasse suas casas e rumassem ao sul do território, indicando que aumentaria os ataques à área, que faz fronteira com o sul de Israel.
Os militares israelenses também preparam uma incursão por terra à Faixa de Gaza, que começará justamente pelo norte. Dezenas de tanques do Exército do país já estavam posicionados na fronteira desde o início da semana.
Mas muitos palestinos relataram não ter para onde ir, já que, pelo atual acordo que está sendo costurado entre os governo egípcio e israelense para a abertura da fronteira, apenas estrangeiros poderão deixar a Faixa de Gaza. Por isso, eles continuaram em suas casas no norte de Gaza, caso dos parentes do brasileiro.
Rabee, de 30 anos, já havia dado entrevistas relatando a tensão no território, de onde 26 brasileiros tentam sair. Ele chegou a dizer que ficou sem água potável para beber, mas depois recebeu mantimentos da Embaixada brasileira.
Ele está no grupo de brasileiros que aguardam pela abertura da fronteira entre o sul de Gaza e o Egito em Khan Younes, no sul de Gaza. Uma outra parte de brasileiros está em Rafah, a cidade fronteiriça e onde ficam os postos de controle.
Além dos brasileiros, centenas de outros estrangeiros e milhares de palestinos lotam essas duas cidades à espera de uma resolução nas negociações entre Israel e Egito para a abertura da fronteira.
Fonte: g1