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Vídeo: Fisiculturista gritou por socorro e tentou se jogar da varanda para fugir de incêndio

Hugo Sérgio morreu carbonizado na madrugada do dia 29 de junho.
Foto: Reprodução

Rio de Janeiro (RJ) – Um vídeo obtido com exclusividade pela nossa reportagem, mostra o fisiculturista e estudante de educação física Hugo Sérgio Andrade do Nascimento gritando por socorro e tentando se jogar da varanda durante o incêndio que o matou na madrugada do dia 29 de junho. O fogo atingiu o apartamento onde ele morava com a família no Anil, na Zona Oeste do Rio.

Pelas imagens é possível ver a sala completamente em chamas. Hugo chega a colocar uma parte do corpo para fora, mas recua e desiste de pular. Em seguida, ele retorna para dentro da sala e não é mais visto.

Vídeo: Reprodução

As imagens confirmam o que disse o vizinho do prédio em frente. Em entrevista ao g1 no 1º agosto, ele afirmou ter visto Hugo gritando e tentando se jogar da varanda do prédio.

“Eu e minha esposa estávamos dormindo. Eu ouvi uma gritaria muito grande, barulho de vidros quebrando e quando vi pela janela, os moradores estavam na sacada e o apartamento em chamas. O Hugo estava na sacada e fazia como se fosse se jogar do 10º andar. Claro por conta do calor e do fogo. Os moradores gritavam pedindo que ele ficasse calmo e não se jogasse. Nisso, eu desci para tentar ajudar de alguma forma”, disse o homem na ocasião.

A mulher de Hugo, Larrisa Mello Viana Silveira, de 27 anos, conseguiu se salvar. Já a filha do casal, de 6 anos, teve queimaduras no corpo e foi levada em estado grave para o Hospital Souza Aguiar, no Centro.

O caso é investigado pela 32ª DP (Taquara). A polícia já ouviu quatro testemunhas sobre o caso. Outras duas pessoas devem prestar depoimento. Só depois a polícia pretende ouvir Larissa. Os laudos do incêndio no apartamento e da necropsia ainda não ficaram prontos.

Mulher de Hugo escapou das chamas

Imagens de câmeras de segurança mostram Larissa, de 27 anos, saindo desesperada do apartamento que pegou fogo no Anil.

Ela abre a porta e sai correndo em direção ao elevador. Mas, logo em seguida, volta. É quando uma fumaça preta toma conta do local. Pelo vídeo, não é possível afirmar se Larissa chegou a entrar novamente no imóvel.

Vídeo: Reprodução

Um vizinho contou que Hugo e a filha estavam em cômodos diferentes — ele no quarto, e a menina, na cozinha — e que foi ele que salvou a criança. As mãos dele têm marcas de queimaduras. O homem disse ainda que horas antes do incêndio ouviu uma briga entre Hugo e Larissa.

“Eu estava dormindo e acordei com barulhos de móveis quebrando, móveis caindo e vidro estilhaçando. Em seguida, eu ouvi uma criança gritando. Foi o que me levou na varanda. Lá, eu vi o prédio da frente muito claro e olhei para cima. O vizinho da frente gritou ‘fogo’. Eu coloquei o chinelo e subi correndo”, contou.

“Quando eu cheguei no corredor, a fumaça era muito intensa e voltei a ouvir o grito da criança [pedindo socorro]. Os moradores das outras portas saíam. Vi a mãe da menina no corredor e perguntei quem estava no apartamento. Ela disse que era a filha e o marido e ela foi para a escada onde estavam outros moradores. Fui até o apartamento, mas não consegui entrar inicialmente porque a porta pegava fogo, o calor era muito intenso e tinha muita fumaça.”

A testemunha disse que teve dificuldade de entrar no imóvel porque havia muito fogo, mas depois de algumas tentativas conseguiu ver e pegar a criança. Ele disse que em nenhum momento ouviu a voz de Hugo ou viu a cachorra da família no local. Ele também não acredita que o incêndio tenha sido causado por um curto-circuito.

“O incêndio foi muito rápido. No curto-circuito não acontece isso. Os móveis queimavam ao mesmo tempo”, disse.

Salvem a minha filha‘, teria dito a mulher

Um vizinho de um prédio em frente também diz que acordou com o barulho de gritos e vidros quebrando. Ele disse que chegou a ver Hugo em chamas e tentando se jogar da sacada do prédio. O homem disse que viu Larissa gritando pela filha.

“Lá embaixo estavam vários moradores, inclusive a Larissa, esposa do Hugo. Ela gritava sozinha. Gritava pela filha. ‘Tirem a minha filha, tirem a minha filha’, dizia ela. Foi um desespero total. Muito moradores ainda estão traumatizados.”

Segundo o morador, foram os condôminos que se juntaram para evitar que o fogo se alastrasse para outros apartamentos. Outro morador relatou que as brigas do casal eram frequentes. “Eu não conhecia o casal, mas eram muitas brigas, discussões. Ela ofendia muito ele”.

Fonte: g1

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