O traficante Leonardo Costa Araújo, o Léo 41, chefe do tráfico de drogas de comunidades do Pará e do Rio — morto durante operação no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na última quinta-feira —aparece em vídeo “aferindo” a qualidade de drogas. Nas imagens, gravadas pelo próprio criminoso, ele coloca o produto em uma colher e chama o comparsa Enderson Rodrigo Souza de Souza, foragido após roubo a joalheria no shopping Village Mall no ano passado, para fazer o que chamou de “teste oficial”.
Léo 41 foi um dos 13 mortos na operação desta semana que mirou traficantes do Pará que estavam escondidos em comunidades fluminenses. O chefe da organização criminosa era considerado um dos bandidos mais procurados do país e estava foragido desde 2019.
No Rio há 2 anos e meio, além de chefiar a venda de drogas em comunidades da cidade de Itaboraí, na Região Metropolitana, também comandava o tráfico do bairro Bengui, em Belém.
Em junho do ano passado, a quadrilha foi responsável pelo assalto de uma joalheria no shopping Village Mall, na Barra da Tijuca, que terminou com um vigilante morto. Um dos envolvidos na ação foi Enderson Rodrigo Souza de Souza, que aparece no vídeo gravado por Léo 41, com o “teste oficial”. As imagens contêm cenas de consumo de drogas.
Nas imagens, o chefe da facção — usando o seu bigode — aparece chamando Enderson para consumir um pó branco colocado numa colher.
“Para todos os amigos que são consumidores, teste oficial. Bora, vem”, diz Léo 41, enquanto Enderson entra no cômodo e faz o consumo. Ao fim da gravação, Léo ainda completa sorridente: “Ai, que delícia!”.
Segundo as investigações, Léo 41 foi o primeiro bandido paraense a assumir o controle do tráfico de drogas em comunidades do Rio de Janeiro. Considerado um criminoso que gostava de ostentar, ele aparece em foto obtida pela Polícia Civil com um cordão de ouro ornamentado com bandeiras do Pará e o número 41 compondo a corrente, além de registrado no meio da bandeira.
Armas apreendidas
Na quinta-feira, a região do Complexo do Salgueiro teve uma intensa troca de tiros que, segundo a Polícia Civil, começou após as equipes serem atacadas pelos criminosos. Outras pessoas também teriam ficado feridas, entre elas duas moradoras do local. Os agentes cumpriram mandados de prisão e de busca e apreensão.
Os criminosos saíram do Pará e se esconderam em comunidades do Rio que estão sob o domínio da facção. Segundo a Polícia Civil, a localização deles se deu a partir da troca de informações entre as equipes de investigação dos dois estados.
“Confiamos nas nossas polícias, que operam num cenário mais desafiador do que qualquer capital do mundo. Parabéns ao Bope e à Core, não vamos admitir que o Rio seja usado como esconderijo de bandidos de outros estados!”, escreveu o governador Claudio Castro nas redes sociais.
Na operação, foram apreendidas as seguintes armas:
- Cinco AR15
- Duas HK 762
- Uma pistola Glock 45
- Uma AK 47
- Quatro AR15
Fonte: Extra