Manaus (AM) – Os policiais militares Cristiano Pimentel Pereira, Kelison Mota Nogueira, Anderson Cavalchte da Silva e Renier Brito da Silveira envolvidos na agressão e prisão forjada de um comerciante no bairro Colônia Santo Antônio, Zona Norte de Manaus, no início da semana, foram presos preventivamente, na manhã deste sábado (14/12), na operação “Forja”, desencadeada pela 60ª Promotoria de Justiça Especializada no Controle Externo da Atividade Policial e Segurança Pública (Proceapsp), com o auxílio operacional de agentes do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça Criminais (Caocrimo/MPAM), do Departamento de Justiça e Disciplina da PM e do Comando 18ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom/CPA NORTE).
As prisões preventivas foram autorizadas pelo juiz Fábio Lopes Alfaia em atendimento à solicitação do promotor Armando Gurgel, titular da 60ª Proceapsp, e decorrem após o vazamento do vídeo em que os policiais militares aparecem abordando uma pessoa que estava em um comércio, sentada, quando recebeu foco de luz na face, sendo imediatamente algemada, agredida e presa em flagrante por tráfico de drogas.
Com o avançar das investigações, ao analisar o inquérito e comparar com o vídeo, o Ministério Público solicitou a prisão preventiva dos policiais. Sem saberem que foram filmados, os PMs registraram no Boletim de Ocorrência que o comerciante foi abordado e preso em via pública com droga. Na abordagem, segundo os PMs, o suspeito ainda teria entregue mais drogas, cenário adverso do registrado em vídeo.
Os PMs, todos da 18ª Cicom, foram presos e se encontram recolhidos no Batalhão da PM. Eles deverão responder por vários crimes, de acordo com o promotor Armando Gurguel, entre eles, extorsão, tráfico de drogas, falsidade ideológica, tortura, e abuso de autoridade.
“Os PMs alegaram que o comerciante foi preso por envolvimento em crimes, mas as circunstâncias da prisão, elucidadas pelo vídeo, não são as que foram descritas por eles. Foi uma ação forjada, onde foram praticados vários crimes. Houve desvio de conduta e excesso. Orientamos a população a fazer a denúncia, para que casos como esse não se repitam”, afirmou o promotor.