Manaus (AM) – Nos últimos anos, as motocicletas ganharam força nas ruas. E esse movimento pode fazer a Yamaha investir para ampliar a produção de duas rodas no Brasil, na unidade instalada no Polo Industrial de Manaus (PIM).
O diretor comercial da fabricante, Hélio Ninomiya, conta que a empresa trabalha no topo do potencial na unidade, com a produção de 320 mil motos por ano. “Estamos no topo da nossa capacidade instalada. Com o crescimento do mercado, estamos avaliando a possibilidade de expandir”, diz.
O aumento da demanda é reflexo de dois movimentos. O primeiro é a alta na procura por motos nos últimos anos. Só em 2023, o mercado cresceu 16,1%, para 1,58 milhão de motocicletas.
Em paralelo, a Yamaha aumenta a própria participação no segmento com a oferta de novos produtos e o fortalecimento da rede de concessionárias. “Nossa participação nas vendas saltou de 11% para 20% nos últimos sete anos”.
Crescimento sem “comprar mercado”
Com isso, Ninomiya diz que a companhia é a marca de motos que mais cresce no Brasil atualmente. A empresa segue na segunda colocação no ranking de vendas, atrás da líder Honda, mas com um gradativo aumento da própria fatia.
“Crescemos com consistência, com diferenciação para o cliente e sem comprar mercado para aumentar market share”, diz o executivo.
As mudanças também são acompanhadas pela transformação interna da Yamaha. Desde os anos 1970, a sede da empresa estava instalada em Guarulhos (SP), onde funcionava a fábrica antes de ser transferida para Manaus.
Quando as linhas de montagem saíram de cena, os escritórios e a área corporativa seguiram por lá até o início deste ano, quando a companhia mudou para um espaço no prédio de escritórios que compõe o complexo Cidade Jardim, em São Paulo. Um movimento que também pretende oxigenar a cultura da organização.
Para Yamaha, pilotagem é coisa de mulher
No esforço para chegar mais perto dos clientes, a Yamaha se atenta para o crescente mercado de mulheres que pilotam e usam motos em seus deslocamentos diários. Levantamento da Abraciclo mostra que, na última década, a habilitação de mulheres para conduzir motocicletas cresceu 90% e hoje elas já são maioria na busca por obter essa documentação.
Diante disso, a companhia tem oferecido curso de mecânica básica para as clientes que têm interesse em aprender mais. Outro esforço é para garantir atendimento de qualidade a esse público na rede de concessionárias e oficinas da marca, com treinamento e preparação de toda uma estrutura que acolha as clientes mulheres.
Fonte:Automotive Business