Manaus (AM) – Como parte das ações da Campanha de Mobilização e Luta contra a Tuberculose de 2025, a Prefeitura de Manaus está promovendo uma capacitação para profissionais de saúde com foco no manejo da doença e da Infecção Latente da Tuberculose (ILTB) na atenção primária. Além do curso, a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) lançou, na última semana, o “Boletim Epidemiológico Tuberculose 2025”, com dados relativos à ILTB no município nos últimos seis anos.
Realizado na modalidade ensino a distância (EaD), o curso “Manejo e fluxo da ILTB e Tuberculose na Atenção Primária à Saúde em Manaus” é direcionado a profissionais da rede municipal de saúde que atuam na prevenção e controle da tuberculose, visando qualificar as equipes para atuação no enfrentamento à doença. A capacitação, elaborada pelo Núcleo de Controle da Tuberculose, em conjunto com a Escola de Saúde Pública (Esap Manaus), deve alcançar 600 servidores até o final de maio.
Conforme a chefe do Núcleo de Controle da Tuberculose da Semsa, enfermeira Eunice Jácome, o curso reúne tanto orientações sobre o manejo e controle da doença na forma ativa como do manejo da ILTB, situação em que a pessoa infectada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis ainda não desenvolveu a tuberculose ativa.
“Além de tratar a tuberculose ativa, a recomendação do tratamento da Tuberculose Latente (ILTB) é fundamental para que se alcancem as metas estabelecidas visando a eliminação da doença como problema de saúde pública”, aponta a gestora.
Eunice explica que a capacitação busca atualizar os profissionais com as recomendações mais recentes sobre o manejo clínico e fluxo da tuberculose, fortalecendo inclusive a atuação das equipes na investigação de contatos, que são as pessoas que convivem com pacientes diagnosticados com a tuberculose ativa.
“Com essa qualificação, como parte das ações de capacitação continuada da Semsa, queremos avançar no sentido da ampliação dos percentuais de cura de casos novos e de contatos de casos novos examinados”, assinala.
O curso de manejo e fluxo de tuberculose e ILTB, segundo Eunice, é realizado em ambiente virtual de aprendizagem, de forma autoinstrucional, com o apoio de material didático e audiovisual. A carga horária é de 6 horas e inclui temas como diagnóstico, populações prioritárias, tratamento e vigilância da infecção latente, diagnóstico e tratamento da tuberculose ativa, entre outros.
Boletim
Ao lado do curso EaD, a Semsa lançou, na última semana, o “Boletim Epidemiológico Tuberculose 2025”. A publicação, com foco nos dados de ILTB, reúne indicadores epidemiológicos e operacionais das pessoas com notificação de início de tratamento preventivo da tuberculose entre 2019 a 2024 no município, enfocando ainda as principais ações da secretaria no enfrentamento da doença.
Eunice aponta que a vigilância da infecção latente pelo Mycobacterium tuberculosis foi implementada no Brasil em 2018, sendo um dos objetivos prioritários do Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública. Ela aponta que, embora seja curável, com tratamento disponibilizado na rede pública de saúde, o Brasil é um dos 30 países do mundo com uma carga importante de tuberculose, bem como da coinfecção com o HIV, vírus causador da aids.
“O tratamento preventivo é uma das principais estratégias para prevenção da tuberculose, contribuindo em muito para atingir os objetivos de eliminação da doença como problema de saúde pública até 2030”, relata a chefe do Núcleo de Controle da Tuberculose.
O “Boletim Epidemiológico Tuberculose 2025” está disponível on-line no site da Semsa Manaus, com acesso pelo link manaus.am.gov.br/semsa/vigilancia/vigilancia-epidemiologica/controle-da-tuberculose.
Doença
A tuberculose é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis. No Brasil, em 2023, foram registrados 82.035 casos novos e aproximadamente 5 mil óbitos pela doença. No mesmo ano, Manaus registrou 2.512 casos novos, correspondendo a uma taxa de incidência de 113,2 casos por 100 mil habitantes, e 134 óbitos pela doença, ou 5,9 óbitos/100 mil habitantes.
O Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública prevê a redução da taxa de incidência da doença para menos de 10 casos/100 mil habitantes e a diminuição da taxa de mortalidade em 95%, em comparação com o índice de 2015, em alinhamento com a Estratégia Global pelo fim da TB da Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Agenda 2030 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).